Olá, Sonia.
Não seria fácil, mas a missão era mais importante. Saímos de Manaus há poucos dias com destino a Tefé.
Na bagagem, o essencial: 15 toneladas de leite em pó, arroz, óleo, feijão, farinha e outros mantimentos para famílias que sofrem com a seca histórica do rio Solimões.
Alimentos que salvam vidas e que só estavam naquela embarcação graças a pessoas como você. O Greenpeace não aceita doações de empresas, governos ou partidos políticos.
Dependemos da sua solidariedade para realizar nosso trabalho, como o de levar ajuda humanitária aos rincões da Amazônia, onde muita gente passa por uma situação desesperadora.
Quer ajudar as famílias que sofrem com a seca, Sonia?
Lideranças indígenas, analistas ambientais do Instituto Chico Mendes (ICMBio), representantes de organizações extrativistas e estudantes nos ajudaram a descarregar as cestas básicas.
Neste artigo, eu conto em detalhes como foi o trajeto em um barco a jato, para chegar mais rápido a quem sente fome. Nele, você pode conhecer mais sobre a região e a navegação pelos rios cada vez mais secos.
Voltando a este breve relato, após dois dias inteiros de viagem, chegamos ao Lago Tefé.
| "Não tenho como não ficar grato e feliz. A gente não consegue pescar e a nossa roça fica longe, longe demais. Acaba que os mais prejudicados com essa estiagem são os mais velhos, que também não conseguem vir pra cidade vender sua produção nem pegar dinheiro no banco." |
O depoimento acima é de Emídio Marinho Nogueira, o Kokama, Cacique da Aldeia Nova Jerusalém, que abriga 66 famílias de diversas etnias e fica no Lago Tefé.
Naquele dia, ele saiu de casa às 6h da manhã e chegou ao porto de Tefé às 10h, depois de uma caminhada de 4 horas. Mas estava feliz - levaria mantimentos para o seu povo.
Com a missão cumprida, era o momento de voltar para casa, na esperança de refazer esse trajeto muitas outras vezes. E para isso, Sonia, a sua ajuda é fundamental.
Por favor, doe para o Asas da Emergência. Populações indígenas e comunidades tradicionais são diretamente beneficiadas por este apoio em um momento tão difícil para a região Norte.
Encerro esse texto com uma fala de Emídio que me marcou. Ao final de nossa interação, ele abriu o sorriso e disse: Supipari Iranã. "Obrigado. Tá tudo bem".
Um abraço,
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