segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Técnica faz tumor ‘brilhar’ para facilitar retirada total do câncer

Procedimento pode evitar que parte do tecido doente fique na paciente



Uma técnica para identificar a área total de um tumor está sendo desenvolvida por pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos. Eles testaram recentemente uma substância injetável que faz com que as células de câncer se tornem fluorescentes. Assim, a identificação fica mais precisa e rápida, facilitando a remoção de todo o tumor na primeira tentativa.
Nas cirurgias de remoção de tumor, os médicos enfrentam dificuldades na hora de identificar todas as células doentes. Assim, pode acontecer de restos de tecido cancerígeno na borda do tumor permanecerem no paciente, o que aumenta o risco de a doença voltar.
A situação pode ser bastante diferente com o novo método, desenvolvido em parceria com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês) e a Lumicell Inc., empresa especializada na detecção de câncer criada pelo MIT.

Pacientes. Publicado nesta semana na revista “Science Translational Medicine”, o estudo feito com 15 pacientes submetidas à retirada de sarcoma e câncer de mama evidencia que o agente, um líquido azul chamado “LUM015” injetado no paciente no início da cirurgia, facilitou a identificação de tecidos cancerosos sem efeitos adversos.
Principal autor da pesquisa, o especialista David Kirsch ressaltou que esse é o primeiro agente de imagem para câncer ativado por enzimas que teve sua segurança comprovada em humanos.
“O objetivo é dar aos médicos uma tecnologia prática e rápida, que lhes permita fazer uma varredura do tumor durante a cirurgia, em busca de qualquer fluorescência residual”, destaca Kirsch, que é professor de radiação oncológica, farmacologia e biologia do câncer na Universidade Duke.
Dispositivo. A fluorescência criada por essa substância torna o tecido tumoral, em média, cinco vezes mais brilhante do que o tecido normal. No entanto, o resultado não é visível a olho nu. Só pode ser detectado por um dispositivo portátil com uma câmara sensível, que também foi desenvolvido pela Lumicell.
Imagens. Hoje, oncologistas contam com tecnologias de imagem transversal, como ressonância magnética e tomografia computadorizada, para indicar a localização do tumor. Mas, em alguns casos, tecidos doentes nas margens do tumor não são detectados, o que, em geral, exige uma nova cirurgia e, possivelmente, radioterapia.
“Um patologista pode examinar o tecido em busca de células cancerosas na borda do tumor com um microscópio, mas, devido ao tamanho do câncer, é impossível rever toda a superfície na operação”, explica Kirsch.
Flash
FaseNo momento, pesquisadores avaliam a segurança e a eficácia do LUM015 e do dispositivo de imagem. Eles estão fazendo um estudo prospectivo com 50 mulheres com câncer de mama.

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