sábado, 29 de outubro de 2016

Camille Claudel, joie de vivre ....

sobre sanidade mental emocional e física...

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Camille Athanaïse Cécile Cerveaux Prosper nasceu em Aisne, França, no dia 8 de dezembro de 1864.

Filha de Louis Prosper, um hipotecário e Loise Athanaise. Foi a primeira de três filhos.
Desde de pequena, já declarava seu desejo de ser escultora, produzindo esculturas de ossos e esqueletos com muita facilidade.
Em 1881, com 17 anos, foi para Paris e ingressa na Academia Colarossi, uma escola para artistas escultores.

Até 1897, mulheres eram excluídas das principais escolas de artes francesas, como a École de Beaux-Arts. Trabalhavam como ajudantes ou assistentes de artistas e não podiam assinar as obras que ajudavam a realizar. Camille não assinou Les Portes de l’Enfer ou Les Bourgeois de Calais (A porta do inferno). Ficou à sombra de Rodin, de quem foi assistente e amante.

Com Rodin, Camille foi vítima de um relacionamento abusivo. Além de ter seu talento sugado, ele a engava, mantendo um relacionamento com outra mulher e dando falsas esperanças de um dia se separar.

Camille rompeu com alguns destinos impostos às mulheres de sua época como naturais. Não se casou, não teve filhos e se dedicou a uma atividade considerada masculina: a escultura.
Seu irmão, Paul Claudel, decidiu interná-la à força. “É preciso evitar o escândalo”, ele dizia.

O laudo de internação concedido por um médico amigo da família afirmava que Camille tinha delírios persecutórios envolvendo Rodin e cultivava hábitos miseráveis: não cuida da aparência, usa roupas puídas e sapatos gastos, não se lava, mantém as cortinas sempre abaixadas e as janelas fechadas, alimenta muitos gatos e vive sozinha, reclusa, numa casa quase sem móveis. São visíveis tanto as marcas da violenta relação com Rodin como o julgamento moral de seus hábitos.

Em seus 29 anos de internação, Camille implorou que Paul Claudel a tirasse de Montdevergues. Este período é retratado nas cartas que Camille escrevia para Paul Claudel e no filme Camille Claudel 1915:
“Hoje, três de março, é o aniversário do meu sequestro em Ville-Evrard: faz sete anos que faço penitência nos asilos de alienados. Depois de terem se apoderado da obra de toda a minha vida, mandam-me cumprir os anos de prisão”. (DELBÉE, 1988, p.201)

“Durante todo inverno não me aqueci, estou gelada até os ossos, cortada ao meio pelo frio. […] Uma amiga minha, uma pobre professora do liceu Fénelon que veio cair aqui, foi encontrada morta de frio na cama. É medonho!” (p. 255)

“Quanto a mim, estou tão desolada por continuar a viver aqui que eu não me sinto mais uma criatura humana”. (p. 275)

Camille Claudel nunca saiu de Montdevergues. Morreu no dia 19 de outubro de 1943, aos 79 anos. Foi enterrada em vala comum e seu corpo nunca foi encontrado. Paul Claudel não compareceu a seu funeral em Montdevergues.

Fonte > "Camille Claudel: a quem serve a normalidade?" Por Daniela Lima: https://blogdaboitempo.com.br/2015/11/03/camille-claudel-a-quem-serve-a-normalidade/

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