terça-feira, 2 de agosto de 2011

Negatividade: Caminho para a Essência


Negatividade: Caminho para a Essência


Odila Weigand

 
Existe um princípio criativo e unificador para o qual se dirigem todas as criaturas vivas. Muitos o veneram como Deus. Eu o venero como o Deus que toda criatura humana é em sua Essência.”(John Pierrakos, Core Energetics, Cap. 19, p. 216)

Acredito que a terapia corporal não deveria mais ser considerada como uma terapia alternativa, mas sim ocupar um nicho próprio, posição esta que já conquistou pelo seu potencial de ajudar as pessoas e pela capacidade de lidar com acontecimentos do passado e necessidades de crescimento pessoal utilizando experiências corporais, de forma muito mais eficaz do que quando se utilizam apenas os processos simbólicos.
Core Energetics é uma abordagem que evoluiu a partir das idéias de Wilhem Reich. Seu criador, John Pierrakos, foi aluno e cliente de Reich. Juntamente com Alexander Lowen criou a Bioenergética. Mais tarde, seguindo seu próprio caminho e influenciado por sua esposa Eva Pierrakos, desenvolveu uma forma de integrar espiritualidade, energia, consciência e trabalho corporal numa teoria consistente de evolução humana.
Sendo um processo para a vida e para a cura, Core Energetics utiliza abordagens corporais e vai além das metas pretendidas por outros métodos terapêuticos. É uma abordagem terapêutica que busca a integração de todos os aspectos de nossa condição humana: o emocional, o físico, o intelectual e o espiritual. Constitui um instrumento muito útil para o crescimento pessoal e para a compreensão dos relacionamentos interpessoais, pois revela os processos emocionais e energéticos que estão na origem de nossos sentimentos, pensamentos e comportamentos.


Por dezenove anos tenho sido uma terapeuta reichiana. Comecei a estudar Reich com um grupo que deu origem à Associação Wilhelm Reich de São Paulo. Posteriormente completei meu treinamento em bioenergética, e em 1986 comecei a atuar como uma treinadora local de grupos de bioenergética. Durante os primeiros 10 anos em que me dediquei ao estudo das estruturas de caráter e das resistências de caráter, com os ensinamentos de Reich e Lowen, observei que, ao aplicar esta teoria nas sessões com meus clientes, eu me sentia bloqueada. Eu não acreditava que podia ajudá-los a mudar apenas por estar trazendo à tona os problemas deles. Quero dizer, eu conhecia a teoria, mas sentia que estava faltando alguma coisa em termos de trabalho corporal, para conseguir ajudar com eficácia numa mudança de comportamento do cliente, por meio de uma abordagem que combinasse compreensão, dissolução de uma atitude de caráter e introdução de novos padrões de comportamento. Eu podia até estar ensinando a respeito de caráteres. Mas quando tentava empregar a teoria em sessões terapêuticas, acabava por trabalhar no aumento do fluxo de energia e na dissolução dos bloqueios através da respiração, do movimento, da expressão de sentimentos. Até certo ponto, isto trazia bons resultados.
Em 1989, participei de um workshop dirigido por Bennett Shapiro, um treinador de Análise Bioenergética, residente em Vancouver. Shapiro havia desenvolvido uma profunda compreensão da negatividade, tema que ele publicou sob o título de “Dando ao Diabo o que é do Diabo”. Finalmente senti que havia encontrado um instrumento para lidar com traços de caráter por meio do trabalho corporal. Shapiro também introduziu o conceito de máscara, e que por trás dela pode-se encontrar o que ele chama de diabo, na realidade o oposto da máscara. Pela primeira vez em muitos anos de prática terapêutica, fui levada a encarar as partes negativas de minha personalidade com uma atitude de aceitação, ao invés de uma atitude crítica. A proposta do trabalho analítico e corporal era reconhecerrespeitar energizar os traços negativos, criando assim uma aliança com o cliente. Propomos energizar a atitude da máscara e eliciar o sentimento subjacente. Se fizermos uma analogia com a proposta de Reich para lidar com defesas de caráter, o que estamos fazendo na verdade é por em evidência, tornar consciente e intensificar o traço de caráter. A diferença está emconotar positivamente a atitude e o traço, valorizando o esforço investido na sobrevivência na época da formação do caráter. A atitude e o traço foram incorporados como parte da identidade da pessoa. Se o terapeuta aborda essas partes com aceitação, valorizando-as, assegurando que o objetivo não é eliminá-las, o cliente não sente necessidade de ativar uma resposta defensiva de auto preservação.
Em 1994 John Pierrakos iniciou o primeiro grupo de treinamento de Core Energetics no Brasil, do qual participei. Foi uma experiência rica rever as teorias das estruturas de caráter. Percebi que estava podendo trabalhar em profundidade no auto-conhecimento, aprofundando áreas ainda novas para mim no universo da psicoterapia corporal, e que eu sentia estarem ressoando internamente como verdades profundas
Energia e Consciência como a base para a vida e para os sentimentos. Não mais a noção que é preciso deixar de fora a mente para encontrar os sentimentos.
vontade de amar como a base para a paz interior e contentamento, bem como para os relacionamentos afetivos duradouros. Em oposição à idéia de dar prioridade à busca do prazer, como fonte de satisfação, um prazer concebido como concentração de elevado nível de excitação seguida de intensa descarga dessa excitação.
A explicação transmitida por Eva Pierrakos sobre a escolha feita pela alma, antes do nascimento, para decidir em que família e em que condições vai nascer. A escolha da família e das condições do nascimento predispõe, segundo Eva, à formação do caráter. Esta escolha é feita em função das tarefas evolutivas que o Ser precisa realizar nesta vida. A evolução da alma surge como a motivação básica para enfrentar os conflitos emocionais. (Palestra Pathwork no. 34). Vistas sob esta ótica, as limitações impostas pelas nossas estruturas de caráter podem ser consideradas como oportunidades para o crescimento, e não mais como uma piada cruel imposta por um destino aleatório.
O modelo de “máscara”, “eu inferior” e “eu superior”. Para meu próprio processo e para o meu trabalho foi uma revelação quando aprendi a diferenciar entre os sentimentos de máscara e os sentimentos do eu inferior. Aprendi que os sentimentos e as atitudes de máscara são uma parte “roubada” do eu superior. Por exemplo, uma qualidade do eu superior como a intelectualidade, passa a ser utilizada para evitar o contato e encobrir sentimentos negativos. (Palestra Pathwork no. 43) Quando estamos na máscara há uma qualidade de “morte” no contato, uma falta de vitalidade, a despeito do caráter gentil ou razoável das palavras ou das idéias. Esta percepção da qualidade desvitalizada da energia possibilita reconhecer quando nós mesmos ou o outro está na máscara, diferenciando esse contato de um contato autêntico.
Como dar vida à máscara e despertar sentimentos e atitudes do eu inferior, eliciar os comportamentos negativos disfarçados, conseguindo isto através de uma compreensão analítica e uma energização corporal.
Estabelecer contato a partir do eu superior do terapeuta com o eu superior do cliente é, antes de tudo, criar um grounding para uma exploração segura das partes negativas. O eu superior é o ponto de partida e também é a meta a ser atingida. Nós partimos de um lugar de amor, o eu superior, viajamos através da raiva, do ódio, do sofrimento, do medo, do horror, da vergonha, sabendo que sempre podemos voltar àquele lugar seguro onde a conexão pode ser restabelecida por meio do anseio do coração de amar e ser amado.
Aprender que cada um tem uma missão de vida dá um sentido à inquietação interna. A missão de vida se apresenta como uma sucessão de tarefas a serem realizadas e ultrapassadas. A inquietação interior é que nos leva a sair da confortável acomodação que se cria vivendo dentro de padrões familiares, para procurar sempre novos caminhos inovadores de crescimento.John Pierrakos tinha sido parceiro de Alexander Lowen na criação da Bioenergética. Quando se separaram, John desenvolveu o seu trabalho na direção de integrar espiritualidade na terapia, pesquisando as relações entre energia e consciência, campos energéticos, energias negativas e positivas e o significado do mal.Em sua busca da espiritualidade, John Pierrakos passou a considerar S.Jorge e o Dragão como os símbolos das energias positivas e negativas. Ambos são inseparáveis, o Santo no seu cavalo branco, e o Dragão. Para alcançar a espiritualidade, nós temos que integrar nosso Dragão, ao invés de tentar matá-lo.Considero de suma importância este conceito. Eu sentia que era inútil ficar apenas apontando os traços de caráter, que também podemos ver como negatividades. A resistência se tornava impenetrável, eu perdia o contato com o cliente, o qual ficava então tentando entender intelectualmente o processo, para poder cooperar, o que resultava em nova resistência. Ou então ele fazia esforços sem fim para tentar modificar o seu modo de ser.
Hoje temos acesso a uma técnica para trabalhar com o corpo na análise do caráter. A questão é como fazer que a máscara (a camada mais exterior desenergizada) se torne consciente e como expressar a verdade da segunda camada (o eu inferior) onde a energia se encontra depositada. Esta energia fica vinculada aos sentimentos negativos, e nós precisamos acessá-los sem aumentar as defesas. Temos que nos aliar ao cliente. Ao liberar a energia contida na máscara, acontece uma expansão, que é uma experiência prazerosa. É preciso nos colocarmos como aliados destes aspectos negados do self, que a máscara se esforça por esconder, para incluí-los, e não para excluí-los. “O mal, na verdade, provém não dos sentimentos negativos, mas da negação dos sentimentos, quer sejam sentimentos negativos ou positivos. Todo bloqueio, certas doenças, todo sentimento que não é autêntico é uma negação.” (J.Pierrakos, Energética da Essência, cap. 19).
Do ponto de vista da psicoterapia, o mal e o caráter têm sua origem no relacionamento com os pais, seja na vida uterina ou na vida pós-parto. No entanto, do ponto de vista espiritual, o nosso caráter ou a nossa negatividade são uma herança com a qual nascemos, para que possamos trabalhar e transformar essas estruturas durante a nossa vida. Lembremos que Psicologia significa “o estudo da alma”.
A estrutura do caráter é uma formação paradoxal em sua natureza. Por quê? A estrutura de caráter tem por função preservar a vida, mas justamente ao fazer isso, ela cria bloqueios ao fluxo da energia vital no organismo. Esta entidade paradoxal, resultado final de nossas experiências de infância, dolorosas ou amedrontadoras, foi inicialmente criada para nos salvar, mas posteriormente ela se torna inimiga de nossa energia vital. Ela acaba se tornando um enorme NÃO, que se expressa nas contrações musculares e que é sustentada por crenças.
É através dos meandros desta dinâmica aparentemente contraditória que conduzimos nossa busca da verdade interior. “Energia orgone morta (DOR) gera crenças negativas. Energia ativa, motilidade, vibração no corpo geram crenças promotoras de vida. Reich nos ensinou esta relação. Core Energetics nos ensina que o inverso também é verdadeiro: crenças negativas sustentam a estagnação da energia e mantêm os bloqueios. Isto significa que para obter uma mudança não é suficiente apenas mover energia de sua incrustação nos bloqueios corporais. A terapia precisa esclarecer e explorar as crenças negativas subjacentes aos bloqueios corporais.” (J. Pierrakos).
Há anos, quando comecei a trabalhar com terapia reichiana, a idéia que prevalecia entre muitos psicoterapeutas corporais era que a energia estagnada era algo, como Reich descobriu, que criava e mantinha rigidez, bloqueios e traços de caráter. O terapeuta tinha que envidar todos os esforços para desmantelar a armadura e, ao fazê-lo, descarregar a energia negativa. Das ruínas da couraça e do caráter deveria surgir um ser puro e amoroso - o caráter genital - tal como idealizado por Reich.
Muitos anos de experiência profissional clínica demonstraram uma realidade diferente. Sob a rigidez do caráter existem inesperadas fraquezas. Em vez do ser puro, capaz de dar e de receber amor - o caráter genital - o que frequentemente surge das ruínas são as cicatrizes, as partes incompletas e não desenvolvidas do self , os fracassos, um vácuo, onde o desenvolvimento ficou interrompido.
Tive uma cliente, uma mulher bonita, cujo pai era frio e distante, e nunca olhara para ela com amor. Ela nunca soube o que alguém sente quando aos 3 ou 4 anos, é vista como uma pessoa muito especial, como uma filha muito amada. O pai nunca tinha dado importância a ela . Quando se tornou uma adolescente atraente, o pai aparentemente nunca a notava, sentia como se não existisse para ele. Quanto à mãe, era capaz de ficar sem falar com a filha durante até 5 meses, depois de terem discutido. A moça congelou-se. Na terapia, quando fazia movimentos de “reach out” dizendo “Eu quero”, “Eu preciso”, a energia fluía, mas ela precisava do calor e contenção do relacionamento terapêutico, para derreter o gelo. Ser tocada, ser vista, receber apoio, eram experiências que nunca tinha tido na sua infância. Eram experiências novas. Para ela, ficar “fria” é que significava vida, e procurar afeto assumia o significado de “morte”. Se ela se mantivesse aberta, procurando o afeto do pai, para ela isso poderia ser a morte. Naquela família, congelar-se, morrer emocionalmente, tinha sido a melhor estratégia para sobreviver. Sua irmã, menos afortunada, tornou-se psicótica.
É um importante passo no progresso da terapia quando conseguimos compreender que a energia que sustenta e alimenta o caráter é algo positivo. O objetivo da terapia é colocar esta energia em movimento e transformá-la, e não meramente descarregá-la de forma catártica ou de outra maneira. Antes desta compreensão, o problema maior começava justamente quando a terapia conseguia desmantelar a estrutura de caráter. Acreditava-se em desmantelar a estrutura de caráter, em processos catárticos, em descarregar a energia que fornecia apoio para o traço de caráter. No processo da terapia, isto significa muito sofrimento, depressão, longos períodos de confusão, incapacidade para trabalhar, diluição dos limites do ego e da identidade, sensações de morte, e até mesmo doenças físicas em alguns casos. O pânico, tão comum hoje em dia, é o resultado, penso eu, de um colapso repentino da energia que sustenta as estruturas rígidas de defesa, revelando partes não desenvolvidas do Self.Portanto resgatar a energia investida em atitudes negativas é uma abordagem ecológica quando consideramos o ser humano como um sistema.
O que é essa coisa chamada Negatividade?
Imagine uma criança com pais muito autoritários, uma criança para a qual qualquer sinal de rebeldia provoca ataques de ódio por parte dos pais. Esta criança aprende que o melhor meio para sobreviver é submeter-se à vontade dos pais. Ao mesmo tempo, ela cria uma barreira no seu mundo interior contra a invasão parental. Esta barreira construída com medo reprimido e raiva vai se transformar num grande NÃO contra o fluir da vida, porque sua estrutura é uma contração crônica. Ela vai prejudicar a comunicação. Futuramente essa pessoa não irá queixar-se na terapia de seu NÃO interior, mas irá se queixar de timidez, de medo de ser rejeitada, de não ser compreendida, de ser considerada agressiva mesmo quando não tinha intenção de ser agressiva. Isto acontece porque a pessoa está em contato com o lado interno da máscara. As outras pessoas podem ver o lado externo, onde a raiva vai transparecendo através do tom de voz, gestos rudes, um olhar frio. Se alguém pedir um favor a esta pessoa, ela vai escutar com atenção, e provavelmente até vai se dispor a fazer o que lhe pedem, sem sequer se perguntar primeiro se quer ou se não quer fazer o favor. O contato íntimo com o próprio ser e com suas próprias necessidades está distorcido. O medo de ser rejeitado o impede de dizer NÃO e por isso o seu SIM brota sem um envolvimento completo. A pessoa vai fazer um enorme esforço mas vai acabar achando um jeito de não fazer o favor prometido, ou de fazê-lo de modo incompleto. Ou pode também acontecer numa relação sexual, pouco antes do orgasmo, que a mulher pergunte ao parceiro: “Você tem certeza de que as luzes da cozinha estão apagadas?”
O que desejo desenvolver neste trabalho é como a Vida - fluxo, expansão, contato - assumiu o significado de Morte, e como a Morte - bloqueio, frieza, isolamento - assumiu o significado de Vida.Wilhelm Reich percebeu que o Mal em nossa cultura tende a ser segregado e associado com impulsos sexuais e destrutivos.
A esta altura de nossa evolução como uma espécie, será uma tarefa importante redimir esta energia segregada e reintegrá-la em nossas vidas. Reich compreendeu este processo do Mal e da Praga Emocional, mas entrou em colisão com a Praga em sua própria vida. Hoje sabemos que é mais eficiente dissolver as resistências do que combatê-las. A meu ver, este processo contém as etapas seguintes:
Perceber o paradoxo: o mesmo padrão que na infância significava sobrevivência, hoje está sufocando a Vida.Reconhecer o esforço desenvolvido para conseguir preservar a vida.Valorizar as forças negativas que até agora estiveram sustentando o esforço.Re-energizar o sistema paradoxal em vez de tentar eliminá-lo. Isto se faz: a) energizando a atitude negativa inconsciente; b) desvendando a crença infantil que mantém a negatividade; c) integrando na consciência esses elementos; d) pondo o cliente como agente e não como vítima.Alinhar esta energia na mente, no corpo e nos sentimentos e direcioná-la para um objetivo construtivo. Criar novas crenças construtivas associadas com os novos objetivos.O Mal é o resultado da distorção da energia vital que se volta contra si mesma. O mal veio a ser associado com o diabo, com as partes inferiores do ser, com a escuridão. Excluído da consciência, ele cria um território para si próprio. Onde? Será possível que ao excluir algo da nossa consciência também estamos expulsando isso de nós? Infelizmente não é verdade, nós não nos livramos do Mal. Apenas conseguimos afastá-lo para longe da percepção consciente. Onde? Em nosso corpo. Este território do Mal veio se instalar na região bloqueada e segregada abaixo do diafragma - no abdômen, na pélvis e também nas costas. Lowen diz que nós estamos vivendo nossa verdade quando estamos em contato com nossa energia sexual que está sediada na pélvis. Os Orientais ensinam que o centro HARA, localizado no baixo abdômen, é a sede da vitalidade do corpo e comanda a saúde sexual.
Portanto, se na pélvis está a sede do mal, ali também está a fonte da vida e do prazer. Este “mal” precisa ser libertado, devemos resgatar esta energia e reinvesti-la com seu significado original - anseio pela vida.
Isso parece lindo na teoria, mas a última coisa que desejamos fazer é explorar este território, porque tememos a escuridão, onde as sombras projetadas tomam a forma de monstros na imaginação infantil. Estes monstros nos amedrontam, mas eles são os guardiães das partes mais vulneráveis e menos desenvolvidas de nosso ser.
O Dragão em nosso Inconsciente
Joseph Campbell em “Poder do Mito” diz que costumamos pensar que o Ego é o Centro, que nós somos aquilo que temos consciência. Isto é um erro. A imagem do mal, a serpente que tentou Adão e Eva, o Dragão, estão associados à escuridão e à sexualidade na civilização judaico-cristã.
São Jorge matando o Dragão é uma ação constante em nossa vida. Ela nunca acaba. Representa o conflito entre o consciente e os impulsos inaceitáveis do inconsciente. Joseph Campbell diz: “Psicologicamente o Dragão representa o apego de alguém ao seu próprio pequeno ego. Nós somos prisioneiros em nossa própria caverna de dragão. O objetivo da terapia é liberar as forças de nosso centro.”
O Dragão Chinês é diferente: ele representa a vitalidade dos pântanos e emerge batendo no seu ventre e rosnando ameaçador, diz Campbell. O Dragão Chinês tem uma qualidade adorável, ele liberta a generosidade das águas.
Mas o Dragão, para nós, ao contrário da cultura oriental, reside num pântano estagnado, uma região associada com energias e material do abdômen (o pântano masoquista, sinônimo de estagnação). Por vezes o Dragão se esconde numa caverna de onde ruge ameaçando aqueles que se aproximam. Você já viu alguém com essas atitudes? Quando o sentimento de vulnerabilidade está prestes a emergir, a pessoa se transforma e começa a intimidar? Começa a mostrar o Dragão para não ter que revelar a suavidade escondida do seu coração, embora o coração, como a princesa aprisionada na caverna, esteja ansiando pela liberdade.
“Terapia é uma questão de Amor. É o Amor que Cura”, diz John Pierrakos. O Príncipe combate o Dragão para libertar a princesa. Nas velhas histórias o Dragão precisava ser morto. Nas versões modernas, o Dragão se retira, e não precisa mais morrer. Ele poderia ser transformado em guardião da liberdade, um auxiliar da princesa, que representa o coração.
O Negativo quando energizando se torna Positivo
Isto é simples mas muda muito a maneira de entender e de praticar psicoterapia.Quando nascemos, somos cheios de amor. É por isso que os bebês, e mesmo os animais recém-nascidos, despertam sentimentos de amor, eles abrem nosso coração. Guardamos na lembrança o tempo anterior à época em que fechamos os nossos corações. Com o decorrer do tempo, começamos a criar uma camada protetora; nós precisávamos desta camada quando crianças, mas atualmente esta camada protetora passou a ser a nossa identidade. Ela foi criada pelas nossas frustrações que se transformaram em raiva, medos transformados em inibições e timidez, abandono transformado em tristeza. Ali nós armazenamos ciúme, arrogância, desdém, ironia, cobiça, competição destrutiva, exibicionismo e ódio, que não passa de raiva congelada.
Mas se nos revelássemos abertamente com estes traços, ninguém iria nos querer e, mais importante ainda, iriam nos achar muito feios. Erguemos então uma fachada socialmente aceitável - amigável, prestativa, a imagem da doçura. Ou ainda a máscara do indivíduo durão, que não chora, ou da pessoa séria que está sempre trabalhando.
A essência de todo ser humano é sempre bela. Ela tem força vibrante, e pulsa num ritmo muito rápido. Sua qualidade é o amor. John Pierrakos, em estudos com fotos Kirlian que mostram os campos energéticos humanos, descobriu que a segunda emoção que afeta mais fortemente o campo energético humano é o ódio. Como você pode imaginar, a primeira é o amor.
Quando queremos lidar com nossa parte negativa, devemos primeiro reconhecer e afirmar a beleza que todos possuímos. A Beleza da Alma.
Carregamos em nosso inconsciente um medo primitivo de que o ódio possa sobrepujar o amor e destruir tudo, como disse Melanie Klein. Precisamos acreditar na bondade básica, perceber o ser amoroso dentro de nós, antes de ativar as forças da negatividade.
Aqui surgem duas questões interessantes relacionadas com a terapia:
Como estas duas camadas protetoras operam (a camada social ou a máscara, e a segunda camada, a camada da negatividade)? E qual é a função delas?
Primeiro - Como? Criando contrações crônicas que impedem manifestações indesejáveis. Dando uma direção diferente, mais aceitável aos nossos sentimentos. Por exemplo, uma pessoa diz em voz queixosa “Vai tudo mal, ninguém reconhece meu valor”, etc. Sob este socialmente aceitável papel de vítima estão bem escondidos, a raiva, a amargura, a destrutividade, e também um medo profundo dos sentimentos de ternura. Esta pessoa é cruel consigo mesma e com os outros porque ela não permite prazer a si mesma, e rouba dos outros a energia prazerosa.
A segunda pergunta vem depois - Qual é a função da camada protetora? As contrações impedem o fluxo da energia, diminuem a intensidade do impulso. Esta mesma pessoa, quando excitada, poderia manifestar seu ódio de forma virulenta. Ela pode ser explosiva ou destrutiva, por exemplo, sendo mordaz. Assim que descarrega o ódio, volta a representar o seu papel de vítima. Desta posição, ela espera ganhar simpatia, sentir-se amada, enquanto atrai os outros para tentar resolver os seus problemas. Claro que não vão conseguir resolver estes problemas, e no fim a vítima estará triunfante, e os outros exaustos. Como terapeutas, sentimo-nos tentados a atacar este comportamento, até ficamos irritados com a pessoa, e tentamos fazer com que ela mude. Com medo de ser abandonada, a pessoa faz esforços para mudar, e inibe suas queixas. Mas, ficando calada, ela se torna deprimida, porque sua via de escape agora ficou bloqueada, agora não tem saída. Sua garganta fica apertada para que não possa falar, a respiração fica curta para rebaixar o nível de energia e tentar restaurar o equilíbrio energético, uma vez que agora o caminho da descarga pela queixa ficou bloqueado.
A pessoa pode até explodir, agir de modo inadequado e sentir-se culpada, como conseqüência. Ou ainda explodir num sintoma, num modo mais primitivo de descarga do que a queixa. Tudo isso acontecia com freqüência quando, utilizando a Análise de Caráter, nós só tínhamos o recurso de interpretar ou de mostrar à pessoa o que ela estava fazendo.
Agora, o que podemos fazer? Podemos energizar estas duas partes - a exterior, a parte social, em geral submissa e “boa”, e também a parte interior, que é secreta, poderosa, triunfante, aquela parte que saboreia o seu triunfo em segredo, que secretamente goza e pensa : “ninguém vai me dominar”, “você não vai ganhar a partida”, “você não vai conseguir me ajudar”.
Reich nos ensinou a compreensão inicial do paradoxo que forma a estrutura de caráter, mas foi só quando encontrei Ben Shapiro na Bioenergética, e John Pierrakos, criador da Core Energetics, que finalmente achei uma resposta satisfatória, uma técnica para lidar com esta questão. O trabalho pode ser feito sem aumentar a ferida e sem humilhação para o cliente, sem acirrar a resistência - a qual muitas vezes emergia sob forma de sintomas somáticos, porque a saída caracterológica havia sido bloqueada pela interpretação.
Este é um trabalho de conscientização, e a participação consciente do cliente é essencial. A energia da negatividade é o próprio impulso de vida. Quando bloqueada, congelada, e distorcida, ela se volta contra si própria assumindo alguma forma diabólica.
“Não importa quão feias sejam na realidade algumas destas manifestações - por exemplo a crueldade, o desprezo, a arrogância, o egoísmo, a indiferença, a cobiça, a trapaça, e muitas outras , - você pode conseguir compreender que cada um destes traços é uma corrente de energia que na sua origem é boa, bela e geradora de vida. Pesquisando nesta direção, você acabará entendendo e experimentando como isto é verdadeiro especificamente; como este ou aquele impulso hostil é originalmente uma força boa... Você precisa reconhecer plenamente que a maneira pela qual a energia se manifesta é indesejável, mas a corrente de energia que produz esta manifestação é desejável em si mesma. Porque ela é formada pelo princípio da vida. Ela contém consciência e energia criadora. Ela contém todas as possibilidades de manifestar e expressar vida, de criar novas manifestações de vida. Ela contém o melhor da vida”. (Palestra Pathwork no. 184).
Vamos ilustrar com a história de Laura. Ela tem cerca de 35 anos de idade, e está participando de uma sessão de grupo. Já havia feito um considerável trabalho terapêutico antes, cresceu como pessoa, tem uma boa situação profissional, um namorado afetuoso que quer se casar com ela. Mas Laura não acredita no seu próprio valor, diante do que já conquistou, e leva a vida com ansiedade, preferindo fugir de tudo o que está acontecendo de bom em sua vida atual.
Numa sessão de grupo, Laura pede para trabalhar com a sua dificuldade em aceitar as mudanças na sua vida, inclusive a perspectiva de casar-se com o namorado, que desfruta de confortável situação econômica.
Terapeuta: Qual frase expressa este problema, para você?
Laura (primeira frase): “Se eu sentir prazer na vida, eu morro” (crença errônea da infância). A terapeuta pede a Laura para fazer grounding, a fim de energizar as pernas e a pélvis, e repetir a frase com uma expressão de força, usando a raquete de tênis para mobilizar a energia agressiva bloqueada em suas costas.
Então a terapeuta sugere a segunda frase: “Não vou sentir prazer” (para apossar-se da própria negatividade inconsciente). Onde o terapeuta encontrou esta frase? Na primeira frase. A terapeuta transforma a frase inicial, de modo que agora a paciente deve se colocar como agente. Ela se apossa e percebe sua responsabilidade na criação da negatividade.
O paciente deve se manter em grounding e repetir a frase “Eu não vou sentir prazer” mobilizando a energia agressiva nas costas com a raquete. (Para esta moça, que precisava fortalecer as costas, a raquete de tênis foi usada, mas para outros clientes podemos sugerir outros exercícios terapêuticos como torcer uma toalha ou o exercício de cair ou chutar).
Agora o terapeuta sugere que a cliente se incline na posição de grounding invertido enquanto vai integrando o significado das frases negativas na parte inferior do corpo e na consciência.
Quando a pessoa se inclina no grounding invertido, a energia desce e flui por todo o corpo. A energia negativa foi mobilizada de sua incrustação inconsciente. Já podemos passar para a fase em que energizamos o caminho desejado, redirecionando a energia de modo construtivo.
O terapeuta sugere (3a. frase): “Eu me abro para o prazer”.Em vez da frase sugerida, Laura fala o que lhe vem à cabeça: “Eu me jogo no abismo do prazer”. A frase de Laura expressa a sensação de que deve morrer se desafiar aquela parte que dizia: “Se eu sentir prazer, eu morro”.Reich mostrou como a ansiedade da morte aparece juntamente com a ansiedade do prazer. A terapeuta pede a Laura que repita a frase, repetindo com voz forte e ao mesmo tempo utilizando a raquete. Ela deve manter-se em grounding e ficar repetindo: “Eu me jogo no abismo do prazer”, enquanto bate com a raquete, energizando também essa atitude negativa.A terapeuta sugere a quarta frase: “Eu digo sim ao prazer”. Depois de tomar posse da negatividade e de expressar medo, esta nova frase pode ser energizada com a raquete de tênis. A energia foi canalizada através do ego consciente e não sobrepujando o ego. O movimento é agora fluido, belo e gracioso, o corpo se abre e brilha. A terapeutanegocia com o ego da cliente, buscando uma afirmação que seja aceitável para o ego. A frase “Eu digo sim ao prazer” foi aceita pelo ego, enquanto a frase “Eu me abro para o prazer” representava um passo grande demais.Para finalizar o exercício, fazer grounding, inclinando-se para frente para integrar esta energia, agora associada a um novo significado.
O movimento de expansão prazeroso visto no corpo de Laura está agora conectado com a vitalidade do organismo. Quando criança, com um pai violento, ela tinha aprendido que o movimento expansivo significava morte, por isso ela se sentia ameaçada caso expressasse prazer. Assim, na mente da criança operou-se uma mudança: o que era vida, expansão, associou-se com a idéia de morte. A criança aprendeu que só podia sobreviver se evitasse o prazer.
1. VIDA assume significado de MORTE (trazendo a frase que expressa o conflito) “Se eu sentir prazer, eu morro”.
2. MORTE assume o significado de VIDA (crença errônea) “Se eu matar meu prazer, eu poderei viver”
3. MORTE (tornando-se o agente) “Não vou sentir prazer” A energia desce e flui pelo corpo. Estava bloqueada na cabeça, amarrada ao medo e mantida lá pela crença errônea
4. VIDA (instalando uma nova crença) A Terapeuta sugere: “Eu me abro para o prazer” A cliente ainda tomada pelo medo” “Eu me jogo no abismo do prazer” A Terapeuta sugere “Eu digo sim ao prazer
Como o impulso para a vida se transforma em medo e destrutividade?A criança, quando frustrada, num primeiro movimento se rebela e tenta expressar raiva. O sentimento provoca medo, ela precisa inibir este movimento dirigido para fora. Para tal, ela contrai os músculos, retém a respiração e retem dentro de si o movimento agressivo de buscar o que necessita.Ocorre a mudança: a energia despendida num movimento de preservação de vida (busca no exterior e protesto) fica congelado, transformado em contenção, a fim de preservar a vida. Inicialmente era um desejo de vida, um movimento agressivo para o exterior, que é o movimento básico quando precisamos conquistar algo. Agressão é também progressão, é energia se movendo para cima em nossas costas, movimento para fora através dos olhos, da boca, dos braços e das pernas. Isso é que nos move para frente na vida.Nesta criança, o que era vida assumiu o significado de morte (expressar-me, ser quem eu sou.) O que era morte tomou o significado de vida, de sobrevivência (reter, guardar os sentimentos dentro, submeter-se). Ao mesmo tempo, ocorre a mudança de significado que acompanha a troca do movimento expressivo por uma contração crônica. O movimento é des-energizado, a energia é gasta em manter o bloqueio. O pensamento “se eu me expressar eu vou me sentir abandonada e vou morrer” sustenta esta dinâmica e o medo primitivo, infantil, cria condições para que esta dinâmica se repita pela vida afora. Era isto que Freud chamava de compulsão à repetição, e que nós denominamos resistência de caráter. É a compulsão para recriar a dor da infância.Na terapia precisamos compreender e revelar esta dinâmica inconsciente. Precisamos energizar estes pensamentos e sentimentos silenciosos e negativos, verbalizá-los, energizar a sua expressão, pondo a energia em movimento. Não adianta pedir a Deus que não nos deixe cair em tentação: isso seria o mesmo que tentar exorcizar, excluir. A saída é energizar e incluir.Se energizamos estas partes negativas, a energia se descongela e é novamente transformada em fluxo de vida. Então nós podemos direcionar este fluxo para dar vida a novas imagens, pensamentos e sentimentos que sejam mais adequados, favoráveis à saúde e bem estar.
Pensamentos e sentimentos são condicionados por fatores energéticos - carga, descarga, pulsação, intensidade, grounding, centramento. Se a energia é retida e estagnada, ela se transforma e gera pensamentos, sentimentos e atos literalmente distorcidos. De alguma forma, esta distorção fica também visível no corpo. Por exemplo os músculos peitorais que participam da respiração, também têm uma função de buscar fora algo que eu quero e de manter longe de mim aquilo que eu não quero (colocar limites). Estes músculos participam também na torção do braço. Quando contido cronicamente, os ombros e braços ficam presos, bem como a respiração. Um peito cronicamente contraído conta uma história de abandono e isolamento mas também cria condições para novos abandonos e perdas na vida atual.
Resumo
Neste artigo, tenho como objetivo propor uma maneira de trabalhar com Análise de Caráter, usando o trabalho corporal associado ao trabalho verbal, para confrontar ao mesmo tempo bloqueios musculares e bloqueios de caráter. Como despertar o significado inconsciente contido nos bloqueios energéticos, colocá-los em frases, energizar frases de negação de vida, e substitui-las por frases de afirmação de vida, e colocar energia nestas novas frases de afirmação de vida. Os bloqueios são considerados um NÃO à vida, e consequentemente uma forma de negatividade.Uma criança nasce como um feixe de energia amorosa, porém desprotegida. Frente a um ambiente hostil, toda esta energia amorosa, positiva, ou mesmo a energia agressiva (uma exigência infantil por calor e contato, luta pela vida, choro para obter alimento, e gritos quando não atendida) toda esta energia fica congelada, paralisada, distorcida.
A energia negativa é apenas a energia positiva de amor (contato) e agressão (progressão, trabalho, conhecimento) voltada contra si própria. Isto ocorre durante o desenvolvimento da criança e mesmo do adolescente, mas os adultos também criam distorções.
Vamos rever as etapas para trabalhar esta dinâmica delicada:
Estabelecer contato a partir da essência amorosa do terapeuta com a essência amorosa do cliente. O cliente precisa sentir-se apreciado e sentir que ele é bom, capaz e valioso.Reconhecer e energizar a forma e a fala da máscara.Reconhecer o valor da máscara para a manutenção da vida num momento em que aquela escolha era a melhor para a criança. Valorizar o esforço necessário para manter a máscara.Verbalizar a negatividade inconsciente que em geral diz o oposto do discurso da máscara. Energizar esta parte. Responsabilizar-se por ela. Tornar-se agente.Uma vez mobilizada a negatividade, assumida conscientemente, podemos acessar os sentimentos vulneráveis da criança ferida, ou os sentimentos de ternura e amor do coração. Ou então a força interior que provém da energia agressiva dirigida para a vida. Podemos instalar uma nova crença que fique no lugar de uma antiga, e podemos reforçar esta nova crença. Quando a criança nasce, ela precisa de colo, aceitação, espelhamento. Passar a acreditar que suporte, aceitação e espelhamento podem ser encontrados em nossa vida atual, mesmo que não tenham sido proporcionados na infância. Há várias possibilidades de atuar para a cura. Como o cliente está muito aberto, será necessário um ambiente terapêutico que ofereça apoio e proteção .
O caminho para a espiritualidade passa por amorosamente reconhecermos e aceitarmos nossas partes inaceitáveis: o personagem cruel, mau, invasivo, a vítima. Incluir, e não excluir estas partes.
Como diz Susan Thesenga em O Eu Sem Defesas: “Tal como na história da Bela e a Fera, só com amor e aceitação podemos redimir a fera que existe dentro de nós. A boa notícia é que não existe nada de tão escuro na psique humana que não possa ser transformado, se levado à luz da consciência.”


BIBLIOGRAFIA
Campbell, Joseph O Poder do Mito. SP, Palas Athena, 1990.
Hilton, Virginia Wink The Devil, the Shadow and the Therapist’s Dilemma, in: Hedges, Lawrence & others. Therapists at Risk-Perils of the Intimacy of the Therapeutic Relationship, N.York, J.Aronson, 1997.
Irvine, Ferrell A. Resistance, Defiance and Surrender. Presentation at the Bioenergetic Professional Development Workshop, Colorado Springs, 1995.
Lowen, Alexander Medo da Vida. S.P. Summus, 1986.
Pierrakos, Eva Preparação para a Reencarnação. Palestra Pathwork no. 34, apostila s/d, Grupos de Estudo Pathwork.
Pierrakos, Eva Três Tipos Básicos de Personalidade: Razão, Vontade, Emoção. Palestra Pathwork no. 43, apostila s/d, Grupos de Estudo Pathwork.
Pierrakos, John Energética da Essência - Core Energetics. S.P., Pensamento, 1987.
Pierrakos, Eva; Thesenga, Donovan Não Temas o Mal - O Método Pathwork para Transformação do Eu Inferior. SP, Cultrix, 1993.
Reich, Wilhelm Análise do Caráter. S.P., Summus, 1995.
Shapiro, Bennett Dando ao Diabo o que é do Diabo. Manual da Pacific Northwest Bioenergetic Conference, Whistler, Canada, 1989.
Resistência, Negatividade e o nosso Diabo. Apresentação na Conferência Internacional do IIBA, Arles, França, 1998.
Thesenga, Susan O Eu sem Defesa. SP, Cultrix, 1994.


Esta monografia foi apresentada depois da conclusão dos 4 anos de treinamento regular em Core Energetics e de um 5o ano - Educação Continuada - terminado em outubro de 1998, no Brasil. Este treinamento foi ministrado por John Pierrakos, MD e pelos membros do Instituto de Core Energetics. A todos os professores, minha gratidão pelo seu afeto e pelo crescimento que me ajudaram a adquirir. Quero agradecer também aos assistentes que acompanharam nossos grupos de treinamento, pelos seus conhecimentos, disponibilidade e apoio.

Nenhum comentário: