quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Carl G. Jung - O Homem e seus Símbolos

CARL GUSTAV JUNG1.
Considerações Iniciais

Jung escreveu que,

"Assim, como o nosso corpo é um verdadeiro museu de órgãos, cada um
com a sua longa evolução histórica, devemos esperar encontrar também
na mente uma organização análoga. Nossa mente não poderia jamais ser
um produto sem história, em situação oposta ao corpo em que existe.
Por ‘história’ não estou querendo me referir àquela que a mente
constrói através de referências conscientes ao passado, por meio da
linguagem e de outras tradições culturais; refiro-me ao
desenvolvimento biológico, pré-histórico e inconsciente da mente no
homem primitivo, cuja psique estava muito próxima à dos animais.

Esta psique, infinitamente antiga, é a base da nossa mente, assim
como a estrutura do nosso corpo se fundamenta no molde anatômico dos
mamíferos em geral. O olho treinado do anatomista ou do biólogo
encontra nos nossos corpos muitos traços deste molde original. O
pesquisador experiente da mente humana também pode verificar as
analogias existentes entre as imagens oníricas do homem moderno e as
expressões da mente primitiva, as suas ‘imagens coletivas’ e os seus
motivos mitológicos.

Assim como o biólogo necessita da anatomia comparada, também o
psicólogo não pode prescindir da ‘anatomia comparada da psique’. Em
outros termos, o psicólogo precisa, na prática, ter experiência
suficiente não só de sonhos e outras expressões da atividade
inconsciente mas também da mitologia no seu sentido mais amplo. Sem
esta bagagem intelectual ninguém pode identificar as analogias mais
importantes, não será possível, por exemplo, verificar a analogia
entre um caso de neurose compulsiva e a clássica possessão demoníaca
sem um conhecimento exato de ambos." (JUNG, 1977: 67).

O excerto acima, extraído de O Homem e seus Símbolos, sintetiza,
grosso modo, a visão de Jung e seu método de pesquisa sobre a mente
humana.

Jung, antes de decidir pelos estudos médicos, tinha uma atração pela
arqueologia. Num certo sentido, ele não deixou inativa, no seu
trabalho de médico, de professor e de pesquisador, sua vocação
arqueológica. Assim como Foucault desenvolveu uma arqueologia do
saber, podemos afirmar que Jung desenvolveu uma arqueologia do
funcionamento mental.

Portanto, sua pesquisa não se restringiu entre quatro paredes do
consultório. Realizou várias viagens com o objetivo de conhecer a
alma humana: em 1921, África do Norte; em 1924-1925, conviveu com os
Índios Pueblo da América e em 1925-1926 no Monte Elgon na África
Oriental Inglesa. Essas viagens proporcionaram não só a descoberta
da significação cósmica da consciência, mas também a constatação de
que aos olhos dos homens dessas culturas distantes refletiam o homem
branco, o europeu, o civilizado, enfim, o colonizador, como "ave de
rapina".
2. Jung: Alguns Dados Sobre o Homem e
suas Idéias

Segundo Nise da Silveira,

"Jung era um homem alto, bem construído, robusto. Tinha um vivo
sentimento da natureza. Amava todos os animais de sangue quente e
sentia-se com eles ‘estreitamente afim’. Amava as escaladas das
montanhas, porém preferia velejar sobre o lago de Zurique. Possuía
seu barco próprio. Na mocidade passava às vezes vários dias
velejando em companhia de amigos, que se revezavam no leme e na
leitura em alta voz da Odisséia. Igualmente velejava sozinho e o fez
até idade bastante avançada." (SILVEIRA, 1978: 16).

Carl Gustav Jung nasceu em Kesswil, cantão de Thurgau, Suíça, a 26
de julho de 1875. O pai, Paul Achilles Jung, era pastor da Igreja
Reformada da Suíça. Seu avô paterno, do qual Jung recebeu o mesmo
nome, segundo rumores que corriam na época, era filho ilegítimo do
escritor Johann Wolfgang Goethe.

Em 1903 contraiu núpcias com Emma Rauschenbach. O casal teve cinco
filhos: Agathe, Anna, Franz, Marianne, Emma. A esposa, fiel
seguidora de Jung, foi analisada por ele próprio.

Formou-se médico pela Universidade da Basiléia em 1900 e trabalhou
como assistente no Burghölzli Mental Hospital da Clínica
Psiquiátrica de Zurique. Foi assistente e depois colaborador de
Eugen Bleuler que desenvolveu o conceito de esquizofrenia. Em 1909
deixou o hospital e em 1913 o ensino universitário.

Depois de deixar a carreira universitária em 1913, na época da
Primeira Guerra Mundial, Jung passou por um período de intensa
solidão, depressão, crise interior e reflexão, embora, nessa época,
aos 38 anos, já era um psiquiatra de renome na Europa e na América.
Foi nesse período que elaborou os fundamentos de suas idéias sobre a
alma humana.

Em 1919, a partir da noção de imago, Jung elaborou a noção de
arquétipo,

"para definir uma forma preexistente inconsciente que determina o
psiquismo e provoca uma representação simbólica que aparece nos
sonhos, na arte ou na religião. Os três principais arquétipos são o
animus (imagem do masculino), a anima (imagem do feminino) e selbst
(si-mesmo), verdadeiro centro da personalidade. Os arquétipos
constituem o inconsciente coletivo, base da psique, estrutura
imutável, espécie de patrimônio simbólico próprio de toda a
humanidade. Essa representação da psique é complementada por ‘tipos
psicológicos’ isto é, características individuais articuladas em
torno da alternância introversão/extroversão, e, por um processo de
individuação, que conduz o ser humano à unidade de sua personalidade
através de uma série de metamorfoses (os estádios freudianos). A
criança emerge assim do inconsciente coletivo para ir até a
individuação, assumindo a anima e o animus." (ROUDINESCO e PLON,
1998: 422).

Vários de seus trabalhos foram inicialmente apresentados como
conferências nas reuniões científicas internacionais (Euranos) em
Ascona. Esses trabalhos eram posteriormente ampliados e
transformados, muitos anos depois, em livros. Suas obras completas
em inglês totalizam 18 volumes. Desenvolveu uma escola psicológica e
de psicoterapia que foi denominada de Psicologia Analítica ou
Psicologia Complexa, que se implantou em vários países:
Grã-Bretanha, Estados Unidos, Itália e Brasil. Recebeu muitas
honrarias, entre elas o grau honorário da Universidade de Harvard e
da Universidade de Oxford. Dezenas de estudos, artigos e comentários
foram escritos sobre Jung.

Uma característica importante do pensamento de Jung é a combinação
entre causalidade e teleologia, ou seja, o comportamento do homem é
condicionado tanto pela sua história individual e racial
(causalidade), o passado; quanto pelas suas aspirações ou alvos
(teleologia), o futuro.

Também, como base do conceito de sincronicidade, acontecimentos que
ocorrem ao mesmo tempo, mas que um não causa o outro, Jung
argumentou que o pensamento causa a materialização da coisa pensada:

"(...) A psique tem duas condições importantes. Uma é a influência
ambiental e a outra é o fato dado da psique quando ela nasce. (...)
Tudo que você faz aqui, tudo isto, todas as coisas, foram fantasias
para começar e a fantasia tem uma realidade própria. A fantasia,
como você vê, é uma forma de energia, a despeito de não podermos
medi-la. E assim, acontecimentos psíquicos são fatos, são
realidades. E quando você observa o fluxo das imagens internas,
observa um aspecto do mundo, do mundo interior, porque a psique, se
você a entende como um fenômeno que tem lugar nos chamados corpos
vivos, é uma qualidade da matéria, como nosso corpo consiste de
matéria." (EVANS, 1979: 334-335).

Respeitáveis pensadores foram favoráveis à hipótese da unidade
psicofísica dos fenômenos. Wolfgang Pauli, prêmio Nobel de física em
1945, declarou-se convencido da necessidade de pesquisar a origem
interior de nossos conceitos científicos. Produziu um estudo sobre
as idéias arquetípicas relacionadas as teorias de Kepler. A
publicação de Interpretação da Natureza e Psique foi resultado da
aproximação de Pauli e Jung.

As idéias de Jung abriram uma nova dimensão para compreender as
diversas expressões da mente humana na cultura. Assim,

"Encontra, por toda parte, os elementos de suas pesquisas: em mitos
antigos e em contos de fada modernos; nas religiões do mundo
oriental e ocidental, na alquimia, na astrologia, na telepatia
mental e na clarividência; nos sonhos e visões de pessoas normais;
na antropologia, na história, na literatura e nas artes; e na
pesquisa clínica e experimental." (HALL e LINDZEY, 1973: 122).

Apesar de severamente criticado por simpatia e apoio ao nazismo,
Jung alegou, bem como seus companheiros, ter sido mal interpretado
em seus escritos. O texto A Situação Presente da Psicoterapia,
publicado por Jung em janeiro de 1934 na Zentralblatt für
Psychoterapie (ZFP), revista da Sociedade Alemã de Psicoterapia (AÄGP),
na qual Jung havia assumido o lugar de Ernst Kretschmer em 1933,
estava sob controle de Mathias Heinrich Göring, admirador confesso
da Führer e que chegou a pedir aos psicoterapeutas da AÄGP que
fizessem do Mein Kampf o fundamento da ciência psicológica do Reich.

No referido texto, Jung distinguiu o inconsciente "judeu" do
"ariano", que este teria um potencial superior ao primeiro; e de que
Freud nada compreendia da psique alemã. Em resposta a um veemente
ataque do psiquiatra Gustav Bally em 1934, Jung, em março do mesmo
ano, publicou como defesa e esclarecimento o artigo Zeitgnössiches,
no qual expunha sobre as diferenças entre raças e psicologias,
combatendo a psicologia uniformizante como a de Freud e a de Adler.

É possível que as acusações a Jung fossem ressentimentos alimentados
desde o rompimento com Freud. Jung tinha entre seus discípulos mais
próximos pessoas de origem semita, mas a comunidade internacional
junguiana ficara dividida quanto à questão. O psicoterapeuta Andrew
Samuels, da Sociedade Londrina de Psicologia Analítica, em 1992
publicou um artigo comentando, que tal como ele, adepto do
culturalismo, Jung aderira à ideologia nazista por instaurar uma
psicologia das nações. Samuels conclamou os pós-junguianos a
reconhecer a verdade. O artigo polêmico de 1934 foi retirado da
lista "completa" das declarações de Jung de 1933 e 1936, por ocasião
da publicação do número especial dos Cahiers Jungiens de
Psychanalyse (França) dedicado a esse tema. Com isso, os
comentadores isentaram Jung da suspeita de anti-semitismo (Cf.
ROUDINESCO e PLON, 1998: 424).

Em 1944 foi fundada na Universidade da Basiléia, especialmente para
Jung, uma cadeira de psicologia médica.

Jung faleceu em 6 de junho de 1961 em sua casa de Küsnacht.

Ainda nessa época,

"seus adversários continuavam a tratá-lo de colaboracionista,
enquanto seus amigos e próximos afirmavam que ele nunca participara
da menor tomada de posição em favor do nazismo ou do
anti-semitismo." (ROUDINESCO e PLON, 1998: 424).
3. Jung e Freud

Jung considerou restrita a visão de Freud sobre a vida mental,
fundamentada na sexualidade. Considerou que os conceitos freudianos
abarcavam apenas uma parte da vida mental. Freud, assim, teria
ficado restrito ao estudo das neuroses no âmbito do inconsciente
individual. Jung, além do inconsciente individual, constatou a
existência do inconsciente coletivo, resultante de repetidas
experiências comungadas na aurora do homem. Conseqüentemente, a
análise dos sonhos e a dos símbolos ultrapassam, na visão junguiana,
a manifestação singular da vida mental e emocional do sujeito, mas
deste sujeito como parte do universal, de todas as experiências
humanas. Em outros termos, a análise das neuroses teria como enfoque
o inconsciente individual e os chamados pequenos sonhos da vida
ordinária ou cotidiana; enquanto que os grandes sonhos, de cunho
universal, de expressões de arquétipos do inconsciente coletivo.

Para Freud, a vida mental é de cima para baixo, ou seja, a repressão
de vivências e experiências para as profundezas do inconsciente, ao
mesmo tempo que ela tenta evitar ou distorcer conteúdos
inconscientes, geralmente de cunho sexual e agressivo, chegarem à
consciência, por serem talvez dolorosos demais para o ego suportar.
Para Jung, conteúdos inconscientes, em especial do coletivo, os
arquétipos, emergem na consciência, independente do trabalho da
repressão ou da vontade do sujeito.

O foco de pesquisa de Freud eram as neuroses, principalmente a
histérica, atendendo em seu consultório, a princípio, mulheres da
alta burguesia vienense com esse transtorno. E considerou, na sua
época, a dificuldade de analisar pacientes psicóticos, pois, para
ele, a psicose seria praticamente incurável. Jung, desde o início de
sua prática clínica, trabalhou com indivíduos diagnosticados como
esquizofrênicos, pois, seus estudos a respeito, realizados em 1907 e
1908, demonstravam que a sintomatologia psicótica possuía um
sentido, por mais absurda que pudesse parecer. Com o tempo,
constatou uma convergência daquilo que estudava sobre os mitos,
símbolos, religiões com as expressões mentais e emocionais dos
psicóticos.

Aristóteles discordava de Platão e de Sócrates, para os quais as
mulheres deveriam ser iguais aos homens na república e de que ambos
são iguais na coragem, respectivamente, porque para Aristóteles,

"A mulher é um homem inacabado, deixada de pé num degrau inferior da
escala do desenvolvimento." (Cf. DURANT, 1996: 97).

Embora fundamentando a psicanálise na bissexualidade como corolário
da organização monista da libido, isto é, a necessidade do sujeito
escolher um dos dois componentes da sexualidade, e dado o contexto
repressivo da época sobre essa questão; Freud, apesar de postular
nova forma de compreender a sexualidade, no entanto não evitou a
arcaica, porém culturalmente sedimentada, visão aristotélica sobre a
mulher, conceituando-a também como ser incompleto ao desenvolver
suas idéias sobre a inveja do pênis. Jung, entretanto, elaborou a
noção dos arquétipos de animus (imagem do masculino) e anima (imagem
do feminino). Assim, animus é a masculinidade existente no psiquismo
da mulher e anima a feminilidade inconsciente no homem.

Enfim, Freud dava ênfase à biologia como substrato do funcionamento
psíquico; enquanto Jung desenvolveu uma teoria mais fundamentada nos
processos psicológicos.

Uma biografia de Jung seria incompleta, mesmo que limitada ou
modesta, se algumas das diferenças não fossem apontadas. A
dissidência de Jung é um fato histórico importante do movimento
psicanalítico porque não implicou apenas em discordância teórica,
mas no desenvolvimento de uma nova escola, a Psicologia Analítica:

"Profundamente satisfeito em desenvolver sua própria psicologia,
Jung afirmou mais tarde que não sentiu o rompimento com Freud como
uma excomunhão ou um exílio. Foi uma libertação para si. (...) Sem
dúvida, o que Jung extraiu desses anos foi mais do que uma briga
pessoal e uma amizade rompida; ele criou uma doutrina psicológica
reconhecivelmente sua." (GAY, 1989: 227).

Jung, em abril de 1906, enviou a Freud os seus Estudos Diagnósticos
de Associação (Diagnostisch Assoziationsstudien), iniciando uma
longa troca de correspondência, num total de 359 cartas. Tal abriria
para a psicanálise, numa discussão que envolvia Jung, Freud e
Bleuler na exploração do campo das psicoses, especialmente sobre a
dementia praecox, como era conhecida a esquizofrenia, o
auto-erotismo e o autismo.

Em 27 de fevereiro de 1907, Jung foi visitar Freud em Viena. Nesse
primeiro encontro conversaram por cerca de 13 horas. Freud,
reconhecendo a capacidade de Jung, viu nele a possibilidade de fazer
com que a psicanálise ampliasse fronteiras para além do círculo
judaico. Em um carta de 16 de abril de 1909, Freud definiu Jung como
"um filho mais velho" e um "sucessor e príncipe coroado". (Cf.
SILVEIRA, 1978: 15).

Em 1909, Freud e Jung foram aos Estados Unidos para as comemorações
do vigésimo aniversário da Clark University. Na ocasião Freud
pronunciou As Cinco Conferências sobre Psicanálise e Jung apresentou
seus estudos sobre as associações verbais.

Entre 1907 e 1909, Jung fundou a Sociedade Sigmund Freud de Zurique.
Em 1908 ocorreu a fundação, durante o Congresso Internacional em
Salzburg, do primeiro periódico psicanalítico, Jahrbuch für
Psychoanalytische und Psychopathologische Forrchungen, do qual
Bleuler e Freud eram os diretores e Jung o editor. Em 1910, em
Nuremberg, foi fundada a Internationale Psychoanalytische
Vereinigung (IPV), mais tarde denominada de International
Psychoanalytical Association (IPA). Por influência de Freud,
contrariando adeptos vienenses judeus, Jung foi eleito o primeiro
presidente da IPV. Em setembro de 1911, Jung foi reeleito presidente
da IPV no Congresso Internacional de Weimar.

No entanto, já no primeiro encontro em 1907 entre Freud e Jung, este
já tinha um conceito de inconsciente e do psiquismo, especialmente
influenciado por Pierre Janet e Théodore Flournoy, bem como já
discordava das idéias freudianas sobre a sexualidade infantil, o
complexo de Édipo e a libido. Jung aproximou-se de Freud porque
acreditava que a obra de Freud pudesse confirmar suas hipóteses
sobre as idéias fixas subconscientes, as associações verbais e os
complexos, além de ver Freud como ser excepcional com o qual poderia
discutir sobre a vida mental.

Em 1912, Jung preparou a publicação de Metamorfoses e Símbolos da
Libido, cujas idéias discordavam completamente da teoria freudiana
da libido, tornando evidente o conflito entre ele e Freud. Jung
tentou mostrar a Freud a importância de diminuir a ênfase na questão
da sexualidade da doutrina freudiana, até como forma da psicanálise
ser melhor aceita. Freud, em 1913, depois de uma síncope durante o
jantar do congresso da IPA em Munique, rompeu oficialmente com Jung.

Em outubro de 1913, Jung renunciou ao cargo de editor do periódico e
em 20 de abril de 1914 renunciou da IPA.

Mas a gota d’água para a causa do rompimento teria sido um simples
acontecimento. Freud foi visitar Ludwig Binswanger em Kreuzlingen,
que havia sido operado de um tumor maligno, e não passou por
Küsnacht, cerca de 50 quilômetros de Kreuzlingen, para visitar Jung,
o qual se sentiu ofendido com esse gesto de Freud (Cf. ROUDINESCO e
PLON, 1998: 422).

Conforme Nise da Silveira,

Eram ambos personalidades demasiado diferentes para caminharem lado
a lado durante muito tempo. Estavam destinados a defrontar-se como
fenômenos culturais opostos." (SILVEIRA, 1978: 15).
3. Cronologia

26 de julho de 1875: nascimento de Carl Gustav Jung em Kesswil,
cantão de Thurgau, Suíça. O pai é pastor protestante.

1879: a família muda-se para uma aldeia próxima de Basiléia.

1886-1895: estudos secundários no colégio de Basiléia.

1895-1900: Jung estuda medicina na Universidade de Basiléia e
interessa-se pela psiquiatria.

1900: em dezembro torna-se médico adjunto do prof. Eugen Bleuler,
diretor da clínica psiquiátrica do Hospital Burghölzli da
Universidade de Zurique.

1902: defesa de Tese de Doutorado (Psicopatologia e Patologia dos
Fenômenos Ditos Ocultos). É um estudo de caso sobre uma jovem médium
espírita, no qual Jung interpreta as manifestações dos espíritos
como personificações da própria médium.

1902-1903: estágio e estudo em Paris (Salpêtrière), seguindo o
ensino de Pierre Janet.

1903: casa com Emma Rauschenbach, de quem terá cinco filhos.
Primeiros trabalhos sobe as associações de idéias e a teoria dos
complexos.

1905: assume posto logo abaixo de Bleuler no Burghölzli. É nomeado
Privat-Dozent. Ministra cursos sobre hipnose.

1906: publica Estudos Sobre Associações.

1907: primeiro encontro com Freud em 27 de fevereiro. Publica A
Psicologia da Demência Precoce.

1908: Publicação de O Conteúdo das Psicoses.

1909: viagem aos EUA com Freud, onde pronunciam conferências na
Universidade Clark. Deixa Burghölzli para instalar-se em Küsnacht,
na Seestrasse 228, às margens do lago de Zurique, residência que
ocupará até a sua morte. É colaborador no ensino de psiquiatria na
Universidade de Zurique até 1913.

1909: funda a Sociedade Sigmund Freud de Zurique. Demite-se do
Burghölzli.

1910: participa com Freud da fundação da Internationale
Psychoanalytische Vereinigung (IPV), mais tarde denominada de
International Psychoanalytical Association (IPA). Por influência de
Freud é eleito presidente.

1912: publicação de Metamorfoses e Símbolos da Libido, causando
várias divergências com Freud.

1913: Freud rompe com Jung. Renuncia ao título de Privat-Dozent.

1914: conferências no BedFord College em Londres (Sobre a
Compreensão psicológica e Sobre a Importância do Inconsciente em
Psicopatologia; A Estrutura do Inconsciente) e participa de um
Congresso Médico em Aberdeen.

1916: forma-se em torno de Jung o Clube Psicológico de Zurique. É
publicado As Relações Entre o Ego e o Inconsciente (ampliação de A
Estrutura do Inconsciente).

1917-1919: é nomeado médico chefe do campo de prisioneiros ingleses
em Château-d’Oex e posteriormente em Mürren.

1918: publica Sobre o Inconsciente.

1920: publica Os Tipos Psicológicos.

1921-1926: viaja pela África, América Central e Índia.

1930: presidente de Honra da Sociedade Médica Alemã de Psicoterapia.

1933: ministra cursos livres na Escola Politécnica Federal.

1934: ministra de 1 a 6 de outubro Seminário da Basiléia, O Homem à
Descoberta da Sua Alma.

1935: na Escola Politécnica torna regular seu curso e o tema é sobre
Psicologia Analítica.

1943: publica Psicologia do Inconsciente.

1944: A Universidade da Basiléia cria para Jung a cadeira de
Psicologia Médica, a qual abandonará em 1946 por problemas de saúde.
Publica Psicologia e Alquimia.

1946: publicação de Psicologia da Transferência.

1948: o Clube Psicológico de Zurique torna-se o Instituto C. G.
Jung.

1952: publica Resposta a Job.

1954: publica Arquétipo Mãe.

1955: publica Misterium Coniunctionis.

1957: fundação da Sociedade Suíça de Psicologia Analítica.
Publicação de Presente e Futuro.

1958: publica Um Mito Moderno.

1957-1959: redige sua autobiografia.

6 de junho de 1961: morre em Küsnacht, à beira do lago de Zurique.

BIBLIOGRAFIA

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10 Grandes do Inconscientes (pp.106-131). Lisboa/S. Paulo: Verbo,
1979.

CABRAL, Álvaro; OLIVEIRA, Eduardo Pinto de. Uma Breve História da
Psicologia. Rio de Janeiro: Zahar, 1972.

DURANT, Will. A História da Filosofia. (Os Pensadores). Rio de
Janeiro: Nova Cultural, 1996.

EVANS, Richard Isadore. Construtores da Psicologia. (Entrevista com
C. G. Jung, pp. 326-338). São Paulo: Summus: Ed. Da Universidade de
São Paulo, 1979.

GAY, Peter. Freud: Uma Vida Para o Nosso Tempo. São Paulo: Companhia
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HALL, Calvin S.; LINDZEY, Gardner. Teorias da Personalidade. São
Paulo: EPU, Ed. Da Universidade de São Paulo, 1973.

JUNG, Carl Gustav. O Homem e seus Símbolos. Rio de Janeiro: Nova
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MARX, Melvin H.; HILLIX, William A. Sistemas e Teorias em
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ROUDINESCO, Elisabeth; PLON, Michel. Dicionário de Psicanálise. Rio
de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 1998, pp. 421-424.SILVEIRA, Nise da.
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http://www.4shared.com/get/SVizoJGV/Carl_Gustav_Jung_-_O_Homem_e_S.html



Carl G. Jung - O Homem e seus Símbolos.pdf

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