sábado, 19 de dezembro de 2015

Uma mão na roda!

Bicicleta Biomega Copenhagen: "nao usa corrente, usa energia cinetica"


Sistema que armazena e reaproveita a energia das freadas pode dar nova dimensão à bicicleta

Não é fácil reinventar a roda.
Mas cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos EUA, acreditam ter feito a melhor tentativa. O Senseable City, um dos laboratórios do MIT, projetou uma roda que captura a energia cinética gerada quando o ciclista freia a bicicleta para reduzir a velocidade numa descida e a armazena para ser usada quando for mais necessário, como na hora de subir um morro.
 
A tecnologia, conhecida como sistema de recuperação de energia cinética, é a mesma que já equipa carros híbridos como o Toyota Prius.
 Para eliminar problemas como barulho do motor, baterias pesadas e fios incômodos, comuns em outras bicicletas elétricas, os engenheiros do MIT acoplaram todo o sistema dentro do cubo da roda – um disco vermelho lustroso que foi chamado de Roda de Copenhague. 
Adaptável à roda traseira de qualquer bicicleta, o equipamento inclui sensores para avaliar a qualidade do ar, um odômetro para medir a distância percorrida e um GPS, para traçar rotas e se localizar. Todos os dados podem ser enviados via Bluetooth para o smartphone do ciclista e dos parceiros de um passeio ciclístico.
 – É uma tecnologia que pode fazer mais gente andar de bicicleta – aposta Christine Outram, a cientista-chefe do projeto. Mas também há os céticos. – A bicicleta básica é difícil de ser superada – diz Steve Hed, projetista e dono da Hed Cycling Products, que fabrica as rodas das bicicletas do ciclista multicampeão Lance Armstrong. – A tendência atual são justamente rodas de uma marcha, tão simples e leves que podem se levadas nos ombros – afirma.
Mas essa é uma época de mudanças no mundo do design das bicicletas, diz Jens Martin Skibsted, projetista dinamarquês, fabricante das bicicletas Biomega e dono da firma de design Kibisi. Skibsted acredita que nos próximos anos surgirão novos modelos para atender a uma crescente população urbana tentando largar do vício do carro. E em períodos de mudanças, afirma, “o vencedor quase nunca é o projeto mais funcional, mas sim aquele que se torna uma parte inerente de nossa cultura”. – Por isso essa roda é legal. Mas se ela vai durar muito tempo, não posso dizer – afirma. No próprio MIT, outro grupo de pesquisadores aposta em um modelo de roda diferente. – O freio regenerativo acrescenta massa, complexidade e custos, e o ganho em termos de eficiência energética é surpreendentemente limitado – alega William Mitchell, que trabalha no laboratório SmartCities, um grupo de pesquisas do MIT dedicado a melhorar a eficiência energética das cidades por meio de tecnologia. 
Michael Lin, um de seus alunos de doutorado, está construindo uma roda elétrica para bicicletas em que os componentes regenerativos são usados como acessório externo, e não embutidos no cubo da roda.
 – Minha prioridade é criar uma bicicleta que seja uma real ferramenta de transporte – diz. Hed, que há muito tempo fabrica bicicletas, acha que os dois projetos podem encontrar um nicho de mercado entre os ciclistas idosos e os que pedalam todos os dias pequenos trajetos. – Pode ser ótimo para pessoas que não querem chegar no trabalho suadas – explica.
The New York Times

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