MR. GAGA, UM DOCUMENTÁRIO SOBRE A PAIXÃO PELA DANÇA

Ohad Naharin é um dos maiores nomes da dança contemporânea mundial.

Com 42 anos de carreira, o coreógrafo israelense chegou aos 62 anos de idade (mesmo que você duvide que ele tenha mais de 40) e ganhou um documentário, Mr. Gaga, que terá sua tão aguardada premiere no festival de cinema South by Southwest – SXSW Film 2016.

Mesmo que você não entenda muito sobre o universo da dança, o documentário vale a pena também pela transcendência: Ohad é apaixonado pelo que faz. Acaba sendo uma lição de vida.

O filme conta um pouco da sua trajetória, desde o menino criado num kibutz (uma pequena colônia judaica de economia agrícola e coletiva) que gostava de escrever, pintar e compor músicas, até o desenvolvimento de seu estilo único, o Gaga, que acabou se tornando um legado pedagógico – tanto para a dança, quanto para a nossa forma de encarar a vida.

Equilíbrio e paixão

Tudo no Gaga é é extremamente flexível, imprevisível e íntimo. A busca pela autenticidade e autoconhecimento é nível hard.

Diferente da dança clássica, no Gaga os dançarinos são encorajados a transformar cada movimento numa catarse, a fim de expressar o corpo e a mente como uma coisa só. Foto: Tony Lewis

Você já observou as escolas de dança? Na maior parte delas, os treinos acontecem na frente de espelhos. No Gaga, não há espelhos. Segundo Ohad, isto permite afastar a autocrítica, a preocupação com as aparências e a perfeição, e sentir o movimento vindo de dentro. Para ele, todo mundo deveria dançar – e viver como se dança.

“There are many things in it [dance]: the importance of yielding and collapse, of delicacy, connecting effort to pleasure, working without mirrors, learning to listen to your body before telling it what to do” – Ohad Naharin

O recado é claro: você precisa investir em si mesmo e descobrir quem realmente é. Depois que descobrir, deixe isso transbordar de você. Outra coisa: a preocupação excessiva com a autoimagem atrapalha a performance, a espontaneidade e a diversão. E, se você não está se divertindo fazendo o seu trabalho ou vivendo a sua vida, o público (quem está ao seu redor) vai perceber.

Para convencer Ohad Naharin, um homem reservado e que detesta entrevistas, a topar o documentário, o diretor Tomer Heymann e seu irmão, Barak, que também é produtor deMr. Gaga, tiveram um trabalhão. Eles contam que o coreógrafo acabou sendo vencido pela insistência. Chegou uma hora que Ohad topou somente para se ver livre dos dois.

Com o objetivo de ter liberdade criativa, os irmãos Heymann decidiram financiar o projeto via crowdfunding na plataforma Kickstarter, e não demoraram muito a conseguir as doações. Até Natalie Portman, preparada por Ohad para viver a bailarina protagonista no filme Cisne Negro, ajudou a levantar fundos para a produção.

Portman foi mais uma a ficar encantada com o Mr. Gaga style. Difícil é não ficar.

O projeto especial do UoD, no SXSW, tem o apoio cultural do Santander, Twitter Brasil, Levi’s Brasil, Rede Atlântida (RBS), GoPro Brasil e Trip Editora. 

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