segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Técnica corrige defeito no DNA e combate doenças

Sistema CRISPR-Cas9 funciona como uma tesoura precisa que corta sequências defeituosas de DNA e corrige mutações que causam anemia falciforme ou doença de Huttinton, por exemplo




Desde o início do Projeto Genoma, ainda nos anos 1990, uma das maiores promessas – ou ameaças – era a possibilidade de sermos capazes de programar o DNA humano, como se programam softwares de computadores. Até meados do ano passado, algumas técnicas para isso foram desenvolvidas, mas nenhuma garantia precisão satisfatória. Logo, a programação genômica exata, como o ser humano vinha imaginando há mais de duas décadas, ainda era só uma possibilidade. Mas eis que, dois meses antes de 2016 chegar, a pesquisa das professoras Jennifer Doudna, da Universidade de Berkeley, nos EUA, e de Emmanuelle Charpentier, da Universidade Pierre e Marie Curie, na França, apareceu para ser o divisor de águas e virar esse conceito “de ponta-cabeça”.
Batizada pelas autoras de CRISPR-Cas9, a técnica foi descoberta por acidente, enquanto elas estudavam a forma como as bactérias conseguem aniquilar uma infecção viral. “Quando os vírus infectam uma célula, eles injetam nela o seu DNA. Em uma bactéria, o sistema CRISPR (mecanismo que faz com que as células se lembrem, ao longo do tempo, dos vírus aos quais foram expostas) permite que o vírus seja arrancado da célula e inserido em pequenos fragmentos dentro do cromossomo do DNA da bactéria”, explica Jennifer.
Uma vez que esses fragmentos do vírus são inseridos no cromossomo da bactéria, a célula faz uma pequena cópia do RNA. Essa cópia é uma réplica exata do DNA do vírus. Esse sistema permite que os pequenos fragmentos de RNA replicados se associem à proteína Cas9, que faz parte do sistema CRISPR. A união funciona como uma sentinela na célula, fazendo uma varredura em todo o seu DNA para encontrar locais que correspondam às sequências de RNA do vírus. Quando esses locais são encontrados, a proteína Cas9 elimina o RNA viral. O sistema CRISPR-Cas9, então, funciona como uma tesoura bem precisa, que corta as sequências de DNA que contêm algum defeito.
“É importante ressaltar que esse complexo é programável. Uma vez que acontece uma ruptura nas duas fitas do DNA, nós podemos induzir a reparação e, teoricamente, conseguir coisas impressionantes, como corrigir as mutações que causam a anemia falciforme ou doença de Huttinton”, ressalta a pesquisadora americana.
Em breve. Para a cientista, a aplicação da técnica em seres humanos não levará muito tempo. Ela prevê que, em até dez anos, teremos os primeiros testes clínicos e até tratamentos com o modelo de edição genética desenvolvida por ela. “Eu acredito que as primeiras aplicações da técnica CRISPR-Cas9 vão acontecer no sangue, onde é relativamente mais fácil introduzir essa ferramenta dentro das células, se comparado a tecidos sólidos”, afirma.
No momento, contudo, aplicações clínicas da técnica estão temporariamente suspensas, a pedido da própria pesquisadora, uma vez que ainda há muito a ser entendido sobre o assunto.
Além disso, a comunidade científica ainda precisa definir os limites de aplicação do método, pois as possibilidades são inúmeras. “Precisamos considerar que a tecnologia CRISPR pode ser utilizada para o melhoramento (da espécie humana). Os humanos geneticamente modificados ainda não estão entre nós, mas isso não é mais ficção científica”, garante Jennifer.


Genes editados curam câncer em Londres

Londres, Reino Unido. Uma menina britânica venceu, no início de novembro, a leucemia que sofria graças a um tratamento com células imunes manipuladas geneticamente para combater a doença. Layla Richards seguiu o tratamento no hospital Great Ormond Street (GOSH), de Londres.

“Como era a primeira vez que era realizado, não sabíamos se funcionaria, ou quando funcionaria, então comemoramos muito o sucesso do tratamento”, disse o professor Paul Veys, diretor de transplantes de medula no GOSH e médico de que acompanha Layla.

A menina foi diagnosticada com uma leucemia linfoide aguda, a forma mais frequente da leucemia infantil, quando tinha apenas 14 semanas. Foi tratada com quimioterapia e um transplante de medula, mas o câncer voltava, e os médicos praticamente a desenganaram. 

Surgiu, então, a possibilidade de aplicarem nela um novo tratamento experimental que estava sendo desenvolvido pelo hospital, e que consistia em modificar geneticamente leucócitos de um doador saudável para combater essa leucemia resistente. Os médicos explicaram “que não havia garantia de que funcionasse, mas rezamos”, explicou o pai, Ashleigh Richards, 30.

Layla recebeu uma pequena transfusão dessas células geneticamente modificadas conhecidas como UCART19 e, em poucas semanas, começou a melhorar significativamente. Os médicos se mostraram cautelosos, mas admitiram que é um passo promissor. 


Sem duvidas é uma descoberta cientifica que vai ajudar muito no tratamento de doenças monogênicas,cromossômicas e as complexas,porém só ressaltam o lado positivo que é animador,quem não que ter a cura de um câncer ou até mesmo da depressão que ultimamente é a que mais causa morte,é obvio que a descoberta do CRISPR-Cas9 traz consigo a esperança de muitas famílias. 
Mas tudo tem lado negativo não é somente a cura de doenças,mais também a criação de outro ser humano desenvolvido por interesse próprio,não digo somente escolher cor dos olhos se vai ser alto ou baixo,mas manipulação se seres humanos super capacitados criando uma 'nova especie' á seres humanos criados para escravização de testes biológicos,sem falar criação de novas doenças é sim pensamento radical,um exemplo foi descoberta do nêutron que apatir dessa descoberta surgiu a bomba nuclear,comparação louca sim,porém eu espero que não passe de um pensamento completamente louco,que CRISPRR-CAS9 seja usado somente pro bem,não posso deixar de comentar quando chegar ao Brasil todos vai ter o direito ao tratamento? 
Ou será mas um forma dos convênios cobrar absurdamentede clientes/pacientes? 
caso acontecer ir para o SUS,será mais uma forma agoniante dos pacientes de esperar pra talvez poder alcançar essa tecnologia? 

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