quarta-feira, 18 de agosto de 2010

pra ter preconceito sem culpa é preciso antes saber o conceito.

É vero, todos temos preconceitos, até aí nada de novo, desde que morávamos no chão das Cavernas e dormiamos no piso das Tabas, preconceito era um forma de se relacionar com o mundo e o universo.
O medo da vida era evidente, voltado a nos deixar alertas a possiveis ataques de feras e seres de outro plano.
Por isso o preconceito ajudava a lidar com eventos diferentes e possivelmente perigosos, a resposta quase sempre era automática: passar sêbo nas canelas e correr, cair e se fingir de morto, ou atacar.

Por isso não me espanto mais, da incrível capacidade da Terra em suportar a ignorância humana,
um peso incalculável que não se cansa de se reproduzir em diversos meios e crenças...

O preconceito sempre surgiu do viés do medo, da aversão, do nojo, do estranhamento, da inveja, da luxúria, da mentira, do Orgulho, da Ira, da Melancolia, da Gula da cobiça e avareza...

Então, quem em sã consciência, vai atirar primeira pedra, até nosso SR. JC, em certo momento de forma bem acertiva, desceu sarrafo nos doleiros do Templo e por sua vez também foi perseguido por eles depois pelos Fariseus, Saduceus, Maniqueus, Romanos e a turma do status quo, da época.
JC tinha seu motivos, baseado em principios, já os outros tinham suas conveniencias e convicções.

Gosto e disgosto, sempre andam de mãos dadas, faces da mesma moeda.
Bem, falando sério, não moramos mais em cavernas, eclipse não assuta mais ninguém, mas é incrível, todos temos no fundo algum tipo de preconceito ou supertição que nos é cara e revela algo sobre nós,
e é de se espantar mantermos uma atitude preconceituosa, apesar de todo o desenvolvimento humano.

É curioso,  é igual  bolsa de mulher, se procurar um maçarico é possível achar bem ali, no cantinho esquerdo , em caso de emergência. Ela nem se lembra, mas por via das dúvidas, é bom carregar.
Eis os preconceitos, nossas reservas morais, nosso sistema de alerta, nossos sistemas de crenças, ligado ao nosso intimo, a nossa intuição. Há algo aqui que não me cheira bem, mas por precaução...
Somos portadores compulsivos de preconceitos, apesar do verniz da instrução, sim natural, isso está ligado a nossa entranhas. 
Claro, existem os iluminados...
Bem, quero dizer que o mais importante  a celebrar é o conceito que se tem das coisas e se perguntar qual é o conceito aqui presente diante do novo, das mudanças, do velho, do diferente...

Já pensou, veja a experiência profissional do fiscal da alfandega, só de olhar , pela desconfiança, pelos mais leves indícios que ele catalogou ao longo de um milhão de eventos em sua vivência é capaz de dizer sorridente: por gentileza, venha aqui no cantinho...
Puro preconceito em ação, ele sabe o padrão, mas pode se enganar também.

Pena não usarmos o preconceito para coisas úteis, como votar. 
"Me desculpe candidato, mas não voto em ficha suja por puro preconceito, sei que é um questão de principios, mas...fica para a próxima".
Bem quem for perfeito que atire a primeira pedra, como somos tão preconceituosos, lá vai pedrada.

Nosssa capacidade de separar o público do privado, cria essa ilusão.
Como a separação entra a figura pública e a privada é recente na humanidade, afinal sempre compartilhamos a vida comum, os quartos não tinham portas, tudo era de certa forma público.
Com excessão dos atos escusos e conluios, que precisavam do segredo, vital  para vingarem.
Coisa nostra de mafiosos.
Com a visibilidade da coisa pública hoje e cada um mostrando seu lado de dentro, existe sempre o estranhamento que as vezes se mostra na forma de turbas e vândalos, que atacam moças, rapazes, velhos, negros, índios, empregadas domésticas, sei lá... tudo que se mexa.
E até hoje leia-se Talibã, Ku klux klan, Teerã e grupos da última hora.
Que tal, vamos deixar o preconceito de lado e buscar o conceito das coisas?
Quem sabe um vida mais virtuosa, mais gostosa e significativa, se revele além da superfície do preconceito
nas suas mais diversas faces e máscaras humanas, que ocultam nossa realidade interior, nosso avesso sem preconceito.

Heberle Babetto  
                                                          Debaixo da saia vive o Urso.


Nenhum comentário: