quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Pobreza de espírito

Pobreza de espírito significa que, em meu espírito, tudo o que me pertence também pertence a todos os demais. Nesse sentido, aquilo que não utilizo, e de que não necessito, qualquer outra pessoa tem o direito de utilizar e necessitar. Mas isso não significa que pertence apenas a ele, pois, no momento em que não o utilize nem necessite, pertence a todos os demais, inclusive a mim.
Assim se organizava a primitiva comunidade humana. Ninguém possuía algo para si, todos possuíam tudo. Cada um só tinha para si o de que necessitava e utilizava no momento. Quando o deixava de lado, qualquer outro podia toma-lo para o seu próprio uso.
Naturalmente, já não podemos retornar a esses inícios. A propriedade individual está indissoluvelmente ligada à evolução do indivíduo em suas características e em seu desenvolvimento pessoal, bem como ao progresso da humanidade até sua variedade atual e suas propriedades específicas. Exercitar-nos interiormente no sentido daquela situação original, que é essencialmente humana, torna-nos, porém, especialmente humanos.
A pobreza de espírito faz-nos interiormente livres. Ela nos relaxa, ela reconhece que todos os seres humanos são iguais a mim em suas necessidades. 
Torna-nos amáveis, dedicados, indulgentes e grandes. E também nos torna especialmente ricos.
Bert H

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