quarta-feira, 28 de julho de 2010

a beleza

A beleza brilha. Ela é sobretudo um clarão interior, algo que se filtra no visível de uma forma velada, algo que se pressente mas não se deixa agarrar. A beleza pertence principalmente ao reino do espírito. Ela toca a alma. Um sorriso que nasce no coração, a alegria de ter um filho, a bondade num rosto enrugado superam em irradiação tudo que, pela ausência de uma alma, talvez nos pareça incompleto, lesado ou fora de lugar.
A beleza também possui história. O rosto de um velho, uma catedral antiga, uma cidade construída ao longo dos séculos têm uma beleza diferente do novo e moderno, por mais bonito que seja, pois deixam transparecer o que foi longamente vivido e sofrido. É como se o visível, penetrado pela plenitude do passado, o tornasse presente de novo e nele falasse à nossa alma, atraindo-a e, às vezes, fazendo-a estremecer. Essa beleza nos liga a algo maior onde nos sentimos menores e modestos. Justamente por isso, faz bem à nossa alma.
A beleza também está associada à ordem, à ordem na harmonia. Em presença dessa ordem sentimos que também em nós algo se ordena. Sentimo-nos ligados a uma ordem superior que também nos alegra, seja ela uma ordem contemplada, como uma pintura, uma ordem envolvente, como uma esplêndida natureza ou ainda uma ordem ouvida, como uma sinfonia. Contudo, é sempre uma ordem que percebemos mas não chegamos a entender completamente. Ela nos eleva acima de nós mesmos e simultaneamente nos abre o caminho para o interior.
bert hellinger

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